"A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final."
Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 22 de março de 2010

Le Playtime Muda de Casa


Vamos mudar de casa. O blogger que nos perdoe, mas agora estamos no wordpress. É mesmo aqui ao lado. Espreitem e visitem-nos sempre que quiserem (e quem quiser, até pode assinar).


sexta-feira, 19 de março de 2010

Mão na Mão


Volto às crias, para mostrar esta "redução"do banco Handle, de Fernando Brízio. Não adoro as cores, mas es lo que hay. Se os grandes chefs fazem reduções, porque não os grandes designers? Chama-se Baby Handle e foi lançado no princípio do ano pela TemaHome. Para quem não conhece, o Handle original está aqui. Ainda não temos o prazer de o ter cá em casa (nem grande, nem pequeno) por isso vamos fazendo compras à janela na montra da loja da Tema, na D. Pedro V.

Xadrês



Imagino o que não fariam Marcel Duchamp e Man Ray a jogar xadrês num tabuleiro como este, obra de Rachel Whiteread. Os meninos Dada iam de certeza adorar esta e outras criações de artistas contemporâneos à volta do tabuleiro de xadrês, reunidas na exposição The Art of Chess, que se prepara para viajar até Milão (where else?), até à galeria project b, integrando a programação do fuori salone. A exposição não é nova, já itinera pelo mundo há alguns anos, mas vale sempre a pena espreitar os updates.

(na imagem, Modern Chess Set, Rachel Whiteread, 2005, via designboom. E Duchamp e Ray a jogarem uma partida de xadrês nos telhados de Paris, no filme Entr'acte (1924) de René Clair. A pérolazinha, que na versão original era acompanhada de música do mestre Satie, está aqui, no bendito iutubi)


quinta-feira, 18 de março de 2010

Make Taste, Not Waste


Parece que o sótão da Bodum está cheio de boas ideias, como este fervedor eléctrico desenhado por Ettore Sottsass em 1986, em pleno movimento Memphis, e agora finalmente editado. É muito pouco eighties, mas ainda assim é eighties, o que é bom e se recomenda. Como se recomenda dar uma vista de olhos na linha e Bodum, uma série de electrodomésticos marcada pelo regresso assumido à cor. A cor preferida dos dinamarqueses, no entanto, parece ser o verde, como se pode ver no anúncio Make Taste, Not Waste, que deixa a Nespresso, assim... encarnada de vergonha. Vão directos ao assunto, e quem quiser pode vê-lo aqui.

(na imagem o fervedor de água desenhado por Ettore Sottsass para a Bodum)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Janela Indiscreta



De Berlim a Barcelona quantas horas de distância? Poucas, se escolhermos ficar alojados num dos hotéis Casa Camper, que a marca de sapatos de Maiorca tem nas duas cidades europeias. O "original" fica no Raval barcelonês. O novo Casa Camper, em Berlim, fica a poucos quarteirões da Alexanderplatz e não é uma cópia, mas tem muito em comum com o primeiro. A mesma filosofia relax e design, a mesma paixão por bicicletas e até um mesmo nome para um restaurante diferente: o Dos Palillos, de que já falei aqui. Afinal, são os mesmos arquitectos a assinar o projecto. Mas, como descobri numa reportagem no EPS, há diferenças: nos quartos, as casas de banho dão para a rua, aproveitando a luz natural (e revelando, em sombra chinesa, a silhueta de quem toma duche), há pequenas homenagens à Berlim boémia e decadente que talvez ainda não tenha desaparecido (por exemplo, os interruptores de estética Bauhaus ou os telefones dos anos 30) e no último andar, o bar Tentempié (que em português significa qualquer coisinha para enganar a fome) tem uma vista esplendorosa sobre Berlim. A não perder, a vista nocturna da fachada, onde os quartos iluminados, com os números acesos, dão uma ideia da ocupação do hotel. Mais good news: os preços por noite em Berlim são por enquanto mais baixos que na linda Barcelona.


(na imagem, a fachada intermitente do Casa Camper Berlim. A foto é da Camper e não sei porquê fez-me pensar num filme de Kieslowski)

On The Road


Um destes dias, pegamos na Vespa e vamos pela estrada fora. Até Aljezur, São Petersburgo ou Goa. Mas vamos.
Enquanto não arrancamos, vento na cara e nenhuma fronteira entre nós e o mundo, resguardamo-nos no ninho. Cabecinha na almofada, assim, assim.

(na imagem, a almofada de J., feita com um tecido japonês (!) que comprámos na retrosaria)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Eufemismo


Almoço na Cinemateca, com a minha amiga S., e o radar a funcionar. Na mesa ao lado, uma reunião de fidalgos e celebs culturais à volta de crepes de bacalhau, oiço esta pérola: "eu só uso o facebook para estar ao corrente das novidades". É assim. Uns exibem-se, outros cuscam. E outros ainda mantêm-se "ao corrente das novidades". Quem pode, pode.

(Hoje à tarde na Cinemateca, passa um Rohmer à antiga: Ma Nuit Chez Maud (1969). Saudades de Nova Iorque.)




Viva a Diferença


Não gosto de gatos. Mas para este abro uma excepção. É o Biglouche e tem um pequeno problema: é estrábico. A parte boa da história é que o gato, que é manhoso, como todos os felinos, consegue transformar o problema numa vantagem. É um dos livros predilectos dos meus crios (um e outro, 6 anos e 20 meses) e cá em casa não nos cansamos de o ler. Em francês, como está na edição que temos, ou em português, "dobrado", por cima. Rimos até às lágrimas. E sempre que viramos a página, e descobrimos o seu olhar ternurento e perdido, é como se fosse a primeira vez.

sábado, 13 de março de 2010

O Génio

A semana do design de Milão já está quase aí e editores, galerias e designers começam a levantar o véu sobre o que vamos ver. Como em tudo, algumas previews são mais apetitosas que outras. Esta, que descobri via designboom é entusiasmante. Trata-se de uma colaboração entre o atelier Studio Job e a designer Pieke Bergmans. Chama-se Wonderlamp e é uma colecção de sete objectos-luz criada para a galeria Dilmos. Tanto o casalinho Job como Bergmans merecem que lhes tiremos o chapéu. Será que sai mesmo um génio destas mega lamparinas rurais atingidas por um vírus?

Caldinho



Nas calmas, até às Caldas, à descoberta do Oeste português, que afinal não é como o outro, e está bem perto. Paragem em Peniche, no Baleal, para G. tirar a barriga de misérias, e ver mar, mar, mar (e sobretudo deixar a cidade para trás, o meu filho "rural"). Já nas Caldas, fizemos "visita de estudo" à Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro. E lá passeámos entre rãs e couves, lagostas e coelhos, deliciados com o génio de Raphael. Só não vimos andorinhas. Estavam esgotadas. Ou talvez tenhamos mesmo de esperar pela Primavera.

(nas imagens, as únicas andorinhas que vimos, e algumas peças à venda na loja. Pena que o "museu" acabe aqui. Parece que é só com visita marcada. E parece também que a fábrica prepara surpresas, com novas peças criadas por designers portugueses contemporâneos. Disse-me uma andorinha. Acreditem.)

terça-feira, 9 de março de 2010

Design Academy onde?


Na Sotheby's. É um daqueles improváveis inevitáveis. A Sotheby's de Londres vai receber a primeira exposição da Design Academy Eindhoven (provavelmente a melhor escola de design do mundo) em terras britânicas. E vender as peças. Exactamente um mês depois de pisarem o palco de Milão,os recém formados vão levar a colheita de 2009 ao público inglês. Com esta injecção de sangue novo, a leiloeira, que já namorava seriamente o design do passado, põe um pé no futuro. Sem medo, pudera. É entre 14 e 18 de Maio.

(na imagem, a cascata chuveiro baloiço L'Escarpolette, uma das histórias que a francesa Amélie Onzon, do departamento de Well Being - não adoram os nomes?- da Design Academy Eindhoven, tem para contar. Podem espreitar o resto aqui)

segunda-feira, 8 de março de 2010

O Eterno Retorno



Às vezes, a cópia é melhor que o original. Esse parece ser o caso desta fruteira Blow Up, desenhada pelos irmãos Campana para a Alessi. É uma nova edição que assinala mais de cinco anos de colaboração entre os brasileiros e a marca italiana. E é uma versão em bambú, mais nature e mais quente, da celebérrima peça que desenharam. A graça é que o protótipo dos Campanas era mesmo em bambú, e foi a Alessi que decidiu fabricar a fruteira em aço. Confesso que já me perdi, entre o original e a cópia, e a cópia da cópia que é isso mesmo: o original. Mas é naice. A mesa também. E por isso está aqui.

Flutuar por um Fio



Assim, ainda quero mais fervorosamente um aquecimento central que deixe o tresloucado Inverno realmente lá fora. Este objecto é um humidificador de cerâmica, desenhado por Fernando Brízio para a Il Coccio. Bonito, foi desenhado para repousar em cima de um radiador e equilibrar a secura do ambiente. Vagueando saborosamente entre as linhas rectas e curvas, com a simplicidade e a graça características do trabalho do designer português, Float é uma garrafinha de cerâmica acompanhada por uma esfera de madeira presa por um fio. Brincando com as leis da física, a ideia é encher a garrafa de água, colocá-la no radiador e esperar que se evapore. À medida que o nível de água vai descendo, a bolinha vai subindo, até fechar de novo a garrafa.
Brízio foi um dos oito “top designers” internacionais escolhidos para desenhar um humidificador tão bonito como uma peça de mobiliário. O projecto, coordenado por Giulio Iacchetti (o autor desta purificadora Fabbrica del Vapore) chama-se Il Coccio Design Edition, e conta com as colaborações de Patricia Urquiola e Alfredo Haberli entre outros veneráveis. Todos acompanham o venerabilíssimo Castiglioni, que em 1998 desenhou Fischietto, o humidificador original, agora reeditado e o motivo deste encontro de excepção.


(nas imagens, a família reunida e o humidificador Float, de Fernando Brízio, para Il Coccio. Quem quiser ver mais, pode espreitar por exemplo aqui. Vale a pena)

domingo, 7 de março de 2010

Venham as Andorinhas



Aiiiiiii, se nos vemos na praia, pézinho na areia, gotinhas de água e sal ao de leve na cara, elegantemente escondidas atrás das abas de um chapéu imenso. A olhar a prole, debruçadas sobre os óculos de sol que reflectem a perfeição do dia. Tudo é claro e solar.

Venham as andorinhas, e a seguir as gaivotas!

e até perdoamos a chinfrineira que fazem nas praias desertas, amorosamente abandonadas, desde que seja uma praia, desde que seja Verão.


(este post é dedicado a todas as mães esmeradas dos nosso dias. As que gostavam de ser mães a tempo inteiro, mas não podem. As que são mães a tempo inteiro, e gostavam de ter um emprego 9 to 5. As que não são uma coisa nem outra, e não param de fazer ginástica. As que não dormem (ou pior, dormem duas horas, entrecortadas) e trabalham no dia seguinte. As que dão de mamar e de mimar. As que esquecem que tudo existe (até os blogues) para estar ao pé dos filhos quando eles precisam. A vida é boa e bonita, mesmo quando parece que só quer contrariar!)

(na imagem, um feliz presságio de Primavera, com alguns rebentos da minha Oliveirinha Palito e uma andorinha de Bordalo)